Francesca é o oposto de Maldita. Ela é boa aluna, comportada e obediente. Mas não consegue resistir a seguir a mais nova amiga. Os caminhos se cruzam e mudam as duas meninas. Francesca e Maddalena - sim, é esse o nome de maldita -, mudarão os caminhos uma da outra. Apesar das diferenças de vida, elas se encontram nas semelhanças e na troca de ensinamentos. 

Não sabia o que esperar dessa trama. Me chamou atenção o título e a capa, e nem parei pra ler tanto sobre ele antes. Acho que foi uma boa decisão. Ganhei uma história de sororidade, de força feminina e de personagens que me marcaram. Gostei de acompanhar a evolução da amizade entre as meninas. Sobretudo, a mudança operada em Francesca. 

A ambientação é numa Itália comandada por um governo fascista e numa sociedade que julgava mil vezes mais a mulher. E por isso, Maddalena ganhou a fama de maldita. A percebo simplesmente como uma garota fora daquilo que a sociedade considerava os modos de uma boa moça. Me condoí pela vivência de Maddalena que, para além de uma menina-mulher fora dos padrões, vivia uma vida pobre, rondada pela má sorte e pelas questões de desigualdade. 

Francesca, apesar de possuir uma vida social melhor, não possui algo de enorme importância: uma família que se importasse mais com ela. A mãe deveria melhorar e o pai, apesar de acolher melhor a filha, faltava ter um pulso mais forte. Também senti por ela e gostei de como a amizade com Maddalena a fez ter mais força. 

Uma história de amizade, que mostra a força que uma pode dar á outra. O final fica aberto, mas a mim, não causou incômodo. Achei que a mensagem que a autora queria passar me atingiu de forma certeira.