Resenha | Pachinko

 Sunja é uma jovem coreana, criada apenas pela mãe após a morte de seu pai. Juntas elas administram uma pequena pousada. As dificuldades que o país enfrenta, devido ao conflito com o Japão, faz com que alimentos sejam escassos, e que não possam cobrar tanto pelas acomodações dos trabalhadores que abrigam. Sunja é uma garota resignada ao trabalho e a ajudar como pode. 

  Sunja conhece ao ir a feira para sua mãe, Hansu. Ele é mais velho, lança olhares a ela e causa desconfiança. Porém há um dia em que ele a ajuda em uma situação bastante complicada, e a partir disso, Sunja acredita que pode ao menos conversar com esse homem. Ele então, lhe conta as aventuras que vive fora da Coreia e como possui bens no Japão e come bem por lá. Ele é tão envolvente que Sunja acaba tendo a sua primeira paixão e se deixa levar aos braços desse homem. Ela engravida e aí, a história se desenrola de maneiras inesperadas. 

  Essa é uma história de fundo histórico. Eu não fazia ideia de que Japão e Coreia haviam tido tantos conflitos em sua história. O Japão quis por muitos anos dominar o povo e o território coreano. Nesse livro, apesar de não termos as explicações históricas detalhadas, podemos entender essas questões todas e ver o quanto de preconceito e xenofobia os coreanos sofreram. 

 Então, vocês podem imaginar que ler Pachinko, é ler uma história de muitos sofrimentos. Acompanhamos personagens de uma mesma família, através de gerações. A narrativa vai dando alguns saltos nos anos e podemos perceber a mudança na vida deles, e a mudança dos tempos. É impossível não se apegar aos personagens, não sentir empatia por eles e não torcer para que suas vidas melhorem. E sim, em certas questões as gerações vão obtendo as suas melhorias na vida, mas questões problemáticas ainda permanecem. 

 Outra questão muito forte desse livro e que me tocou bastante, são as mulheres. Em como podemos perceber a mudanças dos pensamentos de uma geração a outra. Claro, há que se lembrar que vemos nessa história, mulheres de culturas totalmente diferentes da nossa, mas que também conseguimos ver um avanço de pensamentos e de tratamento por elas. 

 Um livro com histórias sofridas de vida, mas muito bem escrito. É tocante acompanhar essa família. Mulheres fortes, resilientes. Homens que apesar do contexto, compreendem a luta dessas mulheres e buscam dar o seu melhor. Um livro que fala de morte, mas de vida. De vontade de viver. Uma história de amores, de família e de esperança em dias melhores. Fica aquela reflexão de que devemos fazer o nosso melhor. Que erramos, mas que erramos tentando acertar e que os erros não nos definem. 

 Terminei a leitura emocionada e com os olhos marejados. Para os amantes de dramas familiares, histórias com fundo histórico e maduras, esse é uma ótima pedida. Foi intenso e maravilhoso por aqui. 

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