Resenha | Não sou a filha perfeita

Julia Reyes acabou de perder a irmã Olga. Um atropelamento tirou a vida de uma jovem e tornou Julia, em única filha de uma família de imigrantes mexicanos. Julia que já tinha uma relação difícil com a mãe, agora enfreta o luto e a dificuldade ainda maior de lidar com as relações familiares. 

Ela que sempre foi comparada com a irmã, agora lida com questões profundas. Uma família inteira vivendo o luto e precisando aprender a lidar uns com os outros numa nova versão. Mas Julia descobre que talvez não tenha conhecido, de fato, a irmã. E nessa busca por respostas, ela acaba precisando se encontrar também.

Julia só tem 15 anos e acho que as atitudes dela condizem muito bem com a idade. A relação dela com a mãe é complexa, e apesar de não ser tão semelhante com minha relação com minha própria mãe, ainda assim, eu me identifiquei com alguns dos sentimentos da Julia e até me aborreci também com algumas das atitudes da mãe dela. Apesar disso, o livro nos faz entender que muitas das atitudes que tomamos na vida tem a ver com momentos já vividos por nós. 

Apesar de ser um livro com personagem adolescente, ele toca em temas muito pertinentes. Foi uma história mais profunda do que imaginava ao ver a capa. Além do luto, a história toca em assuntos bem importantes e necessários como assédio sexual, homofobia e temas relacionados às questões mentais, como depressão e ansiedade. Mostrando a importância de ajuda profissional. 

Uma narrativa fluida, de escrita simples mas que deixa mensagens importantes como lembrar que todos nós temos um passado e que ele nos molda. Às vezes, olhamos para nossos pais, avós, tios e esquecemos que eles já foram jovens e já viveram coisas que nem imaginamos e que cada momento de vida que temos, nos leva onde chegamos e moldam quem somos e como olhamos o nosso redor. 

Além disso, achei muito legal a gente ter um vislumbre da cultura mexicana e ter o tema dos perigos da imigração ilegal do México para os Estados Unidos. 

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