Resenha | Água fresca para as flores



Violette tem uma profissão bastante peculiar. Ela é a zeladora de um cemitério. Inclusive, sua casa cedida pela prefeitura, se localiza dentro dele. Muitas pessoas estranham uma mulher vivendo nesse ambiente e com esse trabalho, mas Violette gosta muito do que faz. Ela rega as flores, limpa os túmulos, cuida da sua horta e de seus animais e muitas vezes, acolhe aqueles que precisam. 

Mas além dos seus afazeres e da amizade que tem com os agentes funerários, padre e as pessoas com as quais lida no seu trabalho, ela não tem mais ninguém. É uma solitária. Desde que seu marido sumiu no mundo, Violette vive só. Mas por que será? Qual será a história por trás dessa vida? 

É o que vamos descobrindo ao longo da narrativa. Uma história escrita em capítulos curtos e fluidos, que mostra a vida dolorosa que essa mulher teve e como chegou onde esrá. Aos poucos vamos desvendando a protagonista descobrindo o passado tão sofrido que ela possui e entendendo seu jeito de ser e as escolhas que fez.

Não é uma leitura fácil. A vida da Violette dói na gente, é inevitável. Mas é uma leitura que proporciona muitas reflexões em relação a morte, ao luto e claro, também a vida. Ela foi uma garota órfã, se envolveu com o cara errado e acabou tendo uma perda que carrega até os dias de hoje. Senti muita empatia pela protagonista. Acho que todo contexto de vida dela faz sentido em como ela vive atualmente e no que ela acaba se amparando. 

Não vou comentar muito mais sobre a trama porque acho que a beleza dessa história é ir descobrindo ao longo da leitura. Um drama, mas com uma pitada de um mistério que deixa o leitor ainda mais envolvido. Água fresca para as flores é uma história ímpar, única e que sempre vão me ver recomendando. Para os amantes de dramas, livros sobre vida e que gostam de uma boa reflexão assim como eu, tenho certeza que podem gostar dessa leitura. 

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