Mas o que ele não contava, era que a tentativa seria mal sucedida. O resultado do seu intento foi fraturas e a mobilidade arrancada dele. Assim, como nem mesmo uma casa ele tem, acaba parando na casa da tia de um colega seu. Glória vive sozinha e está de certa forma contente de receber o ilustre jornalista. Ela não esperava que esse hóspede fosse ser um tremendo ranzinza, mas não abaixa de forma alguma a cabeça para ele e dá as respostas que ele bem merece ouvir. E esses dois de maneira inesperada, vão acabar mexendo com a vida um do outro.
Esse livro foi meu primeiro contato com a escrita de Martha Batalha e já digo que gostei. Apesar de ser um livro curto, os personagens foram bem trabalhados e a relação deles também. Mesmo tratando de assuntos mais densos como tentativa de suicídio e luto, a autora conseguiu imprimir traços cômicos, sobretudo na relação dos personagens, o que não deixa o livro pesado.
Além de Glória e Joel, que são ali, os nossos protagonistas, outros personagens também aparecem e não posso deixar de citar Aracy, a vizinha de Glória, que sempre dá pinta pelo apartamento da amiga com seus chiuauas como se fosse de casa. Aliás, na segunda parte da história ela tem um destaque maior e é outra relação com Joel divertida de acompanhar.
A história pincela e perpassa a pandemia da covid-19 e através dos personagens temos comentários sobre o cenário político dos anos anteriores. O livro mostra as questões conservadoras do passado com a lembrança da vida dos personagens de suas vidas e também as mulheres, e o papel submisso a que eram colocadas no passado perante aos homens, aos maridos. Como podem ver, mesmo sendo um livro curto, é um livro com temas importantes e reflexivos.
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