Quando comecei a fazer a leitura deste livro não sabia muito sobre o que trataria, mas pensei que seria uma história leve, - que ele foi -, mas com certeza não esperava os temas mais sensíveis que abordaria. Acompanhamos Young, um jovem gay coreano, vivendo na capital Seul. E apesar da minha vivência ser bem distante e diferente da dele, percebo que ele reflete a vivência de muitas pessoas. Identifiquei comportamentos e situações que já vi em conhecidos, por exemplo.
Young está em busca de si, uma busca que nem sempre é fácil e pode ser bem desafiadora. E percebi que na busca disto, ele meio que se perdia dele mesmo, tentando se encontrar nas outras pessoas. Definitivamente, este é um livro de relações. Tanto a relacão que temos com outras pessoas, como aquela que temos com nós mesmos. Mostra as relações de amizade, como com Jae-hee, que achei tão interessante de acompanhar. Mesmo eles sendo diferentes, se entendiam e compreendiam o quão difícil era para os dois a vida nesse mundo. Mostra o afastamento, e quem nunca se afastou de alguém mesmo sendo alguém querido?
A relação com a mãe, tão complexa e tão tocante. E as relações amorosas... Tantas. Tão particulares e, às vezes, tão tóxicas. Young na busca por si, se perdeu demais em quem não valia a pena. Na busca de significados, se encheu de relações vazias e que, ao meu ver, só o desgastavam ainda mais. Mas quantas pessoas não buscam em outros o que falta em si?
Uma trama bem realista. Sem relações perfeitinhas, como de fato é a vida real. E trata de assuntos bem sensíveis como o cuidado de familiar com câncer, aborto, homofobia, suicídio, relações tóxicas e mesmo assim, o autor conseguiu abordar com uma certa leveza. E há momentos em que até mesmo ri. Tem certo humor também, nas entrelinhas.
Achei uma trama bastante interessante, com uma escrita fluida e fácil de ser feita. A adaptação cinematográfica já está pronta e tem lançamento previsto para abril deste ano.
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