Júlia Lopes de Almeida e Memórias de Marta

Júlia Lopes de Almeida nasceu em 24 de setembro de 1862, no Rio de Janeiro. No ano de 1886 viajou para Portugal, onde se casou com o escritor português Filinto de Almeida; publicou seu primeiro livro, Traços e iluminuras, livro de contos que foi escrito entre os anos de 1883 e 1887, entre Brasil e Portugal. Foi publicado quando a autora tinha 24 anos de idade. 

Ela foi considerada uma escritora com ideias avançadas para a sua época. Uma mulher defensora da abolição da escravatura, da república, do divórcio, da educação formal de mulheres e dos direitos civis. No Brasil escreveu para diversos jornais, atividade incomum às mulheres de sua época. Foi a única mulher entre os idealizadores da Acadêmia Brasileira de Letras, mas impedida de ocupar um cargo na mesma, sendo preterida por seu marido. 

Júlia deixou uma vasta quantidade de obras e não só tem destaque como escritora, mas também como jornalista, tendo atuado por mais de 30 anos em jornais do país. Porém, não vemos tanto a sua obra difundida e nem seu nome ser aclamado, como o de escritores homens. Pensando bem, é tão mais fácil citar clássicos da literatura escritos por eles do que por elas, não é mesmo? 

Pude conhecer a escrita da autora com o livro "Memórias de Marta", que é um romance de formação e narra a história de mãe e filha. Uma trama curta, objetiva e que demonstra algumas críticas sociais. Uma história sensível que me marcou pela relação maternal e por uma mãe, que viveu pela filha e por conquistar para ela, algo que não teve para si. 

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