Resenha | De onde eles vêm

Acompanhamos nesta história o jovem Joaquim. Negro, pobre e desempregado. Vive com uma tia e cuida da avó, que sofre de demência. Apesar das complicações, ele entra na universidade como cotista. Com muito custo, vai dando seu jeito pra dar conta, mas obviamente, é bastante difícil. 

Jeferson Tenório mais uma vez traz Porto Alegre como ambientação e mais uma vez, desigualdade e racismo são pautas. E achei muito interessante que desta vez, ele abordou um tema tão importante que é a permanência universitária. Joaquim sabe que é diferente, que é uma das exceções. E isso é uma realidade ainda existente. 

Mesmo que esse livro se passe alguns anos atrás, a permanência universitária continua sendo um problema. A universidade pode ser para todos, mas nem todos têm as mesmas possibilidades de estar nela. Muitas vezes estar na universidade não é só questão de vontade, por diversos motivos e vemos o quanto, para o Joaquim, a realidade é diferente da dos colegas. 

Joaquim foi um protagonista que me fez sentir emoções diversas sobre ele, não passo pano pra muitas atitudes que ele tomou, mas consegui me colocar em seu lugar e compreender algumas outras. Entendo que ele era um jovem e quando jovens, escolhemos nem sempre com a razão, não é mesmo? Ele é um personagem cheio de conflitos internos e pessoais. Também me identifiquei em alguns pontos com ele, como ser leitor e estudante de Letras. 

Um livro curto, mas reflexivo. Intenso. Sobre sonhos e resiliência. Sobre juventude. Sobre sobrevivência, divergências e realidades. Sobre resistir apesar das dificuldades. Até então, o que menos gostei do autor, mas ainda assim, um livro com temáticas importantes e que vale a pena conhecer. 

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