No ano de 2012, o autor, Édouard sofreu um estupro e tentativa de assassinato. Esse episódio, claro, lhe deixou marcas profundas e a escrita foi um modo de colocar os sentimentos para fora. Essa obra é ficcional, mas é bastante autobiográfico, tanto que o personagem tem o mesmo nome do escritor.
Após jantar com amigos, Édouard está voltando para casa na madrugada do Natal. Um rapaz lhe aborda na rua e eles começam a trocar uma conversa. Reda, o rapaz e Éd, resolvem ir até o apartamento onde Éd vive sozinho. Tudo corre bem durante um bom tempo, mas a noite romântica não termina bem; se torna um pesadelo.
Acompanharemos a história por dois pontos de vista. O de Éd e o de sua irmã, Clara, que relata o acontecido ao seu esposo de forma bastante tendenciosa. A narrativa em alguns momentos pode ser bastante confusa, portanto o livro requer atenção. As mudanças na narrativa acontecem às vezes em questões de parágrafos e isso pode ser bem complicado para alguns leitores.
Um estupro é algo bem sério, talvez seja pior do que a morte.
Apesar de confundir um pouco no começo, consegui pegar o embalo e engatar na narrativa. Mas senti, da metade para o final, um cansaço com essa narrativa, mesmo que eu tenha concluído que a confusão seja consequência dos sentimentos conturbados do autor em relação a esse tema.
O livro é construído de forma bastante pessoal e me fez sentir empatia. Além disso, o livro traz reflexões sobre preconceitos. Um livro que apesar de não ter sido uma leitura ótima pra mim, foi bastante tocante e reflexiva no tema principal.
Alerta: violência | estupro
Editora: Tusquets
Ano da edição: 2020
Páginas: 176
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