Charlie Gordon, de 32 anos, tem uma deficiência intelectual grave desde criança. Seu Q.I é muito baixo e por isso, ele tem muitas limitações. Mas ele sempre teve o desejo de ser inteligente, e assim, conseguir conquistar amigos.
Força de vontade nunca lhe faltou e sendo assim, ele foi escolhido para participar de um experimento que promete aumentar o seu atual Q.I. Charlie não entende muito bem o que pode acontecer, mas como um bom garoto, ele faz tudo que lhe recomendam, antes, durante e após a cirurgia.
Que estranho é o fato de pessoas de sensibilidade e sentimentos honestos, que não tirariam vantagem de um homem que nasceu sem braços ou pernas ou olhos, não verem problema em maltratar um homem com pouca inteligência.
A narrativa de Daniel é genial. Narrado pelo próprio Charlie, no começo a grafia é toda cheia de erros infantis, o que nos passa e nos faz sentir exatamente como é Charlie. Acompanhamos a sua pureza, inocência e confusão. E após a cirurgia, vamos vendo como a ortografia vai se tornando correta e em como ele começa a entender o seu redor.
É impossível se sentir apático com o personagem. E quando ele começa a lembrar o que viveu na infância, a se dar conta de que os "amigos" zombavam dele, a vontade que temos é de trazê-lo pra nós e dar um abraço. Algernon também conseguiu a minha simpatia. Quem é ele? O rato que passa pelo mesmo que Charlie e como ele melhora o Q.I.
Mas o intelecto só não basta a nós. E o emocional? Charlie tem muitos conflitos emocionais e isso é uma das reflexões que o livro traz. Publicado em 1959, ainda é atual quando questiona o fato de deficientes mentais serem tratados com tanta inferioridade. O livro é dolorido e com certeza marcante para quem o lê.
Eu adorei a leitura e recomendo. Não foi um livro que amei, mas com certeza uma leitura incrível e que merece ser lida por muitos leitores.
Autor: Daniel Keyes
Editora: Aleph
Ano da edição: 2018
Páginas: 288
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