Em março li essa autobiografia e não imaginava o quanto fosse me fazer sentir. Sempre que um livro me marca muito e que destaco vários trechos, gosto de compartilhar com vocês. Portanto, deixo aqui alguns destaques dessa leitura:
Isso é o que ensinam à maioria das garotas - que devemos ser magras e pequenas. Não devemos ocupar espaço. Não devemos ser vistas e ouvidas, e, se somos vistas, devemos ser uma visão agradável aos homens, aceitáveis na sociedade.
Vivia sonhando acordada e detestava ser tirada dos meus sonhos para lidar com coisas como viver.
A palavra de um homem contra a de uma mulher é o motivo pelo qual tantas vítimas (ou sobreviventes, se prefere essa terminologia) não fazem uma denúncia. É muito frequente que a palavra dele tenha mais importância, então nós apenas engolimos a verdade.
Encontrava meios de me esconder estando plenamente à vista, de continuar alimentando a fome que nunca podia ser saciada - a fome de parar de sofrer.
Ele me olhou com pura aversão. "Cotas", disse, debochando, sem conseguir engolir a verdade amarga de que eu, uma garota negra, tinha conseguido algo que ele não conseguira.
Esse é o mundo em que vivemos. As aparências importam e nós podemos dizer: "mas, mas, mas...". Mas, não. As aparências importam. Corpos importam.
Essa leitura foi soco atrás de soco. Inúmeras reflexões, de inúmeros assuntos. Alerto para gatilhos que o livro possui (violência sexual, problemas psicológicos), mas recomendo demais essa leitura para os que não tem problema com os temas.
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