Sabemos que muitas mulheres desconsideram o feminismo. Já ouvi, já li algumas se declarando não feministas e que falam das que o são de forma pejorativa, com desmerecimento... Acredito que a grande maioria por pura ignorância, já que todas as mulheres se beneficiaram com a luta feminista.
Hoje quero falar sobre duas autoras que enfrentaram a sua época e fizeram coisas que não eram consideradas de "mulheres". Escreveram obras, precisando usar de pseudônimos masculinos para as primeiras publicações e tendo temáticas pesadas demais para o sexo feminino da época. Isso, meus caros, é feminismo.
Mary Shelley escreveu Frankenstein e o livro era considerado extremamente pesado para uma dama. Considerado o primeiro livro de ficção científica, foi escrito pela jovem ao 19 anos, que teve que enfrentar a sociedade da época para que seu livro fosse publicado e para que acreditassem que tinha sido ela própria a escrever, e não o seu marido, que também era escritor.
Além de escrever um romance incrível e profundo, que fala das faces da crueldade não do "monstro", mas sim dos humanos, Mary Shelley ainda enfrentou a sociedade quando se juntou a um homem que era casado no papel, com filho e com uma fama nada boa. Perdeu três filhos para a morte e seguiu firme em seus intentos. Mary foi força. Mary foi feminismo.
Emily Brontë nos deixou com apenas uma obra de sua autoria. O morro dos ventos uivantes não é um romance convencional. Seus personagens são muito humanos e por isso detestáveis. Ela mostra lados cruéis da humanidade. Os críticos da época, pela carga violenta e pela paixão que o livro trouxe, acreditavam realmente que o livro só poderia ter sido escrito por um homem. Apesar das críticas que recebeu, o livro se transformou em um grande clássico da literatura mundial.
Emily morreu jovem e como era a mais reclusa e introvertida das irmãs Brontë, pouco se sabe de concreto sobre a sua vida. A morte prematura, aos 30 anos de idade, nos fez permanecer apenas com essa única obra dela, mas que mostrou a força que ela tinha. Emily foi feminismo.
Tanto Emily, como as outras duas irmãs, Charlotte e Anne, mostram seu lado feminista em suas obras e por isso, admiro as irmãs Brontë que lutaram pelo seu direito de escrever, enfrentando a sociedade patriarcal.
Obviamente, esses são apenas dois exemplos do feminismo na literatura. Não julgue o feminismo por uma pequena parcela mais radical em seus protestos, não julgue pelo post fake na internet. Informe-se sobre o movimento, e entenda que ele é de gestos e de lutas de milhares de mulheres ao longo dos anos.
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