Hoje, 20 de novembro, é dia nacional da consciência negra, dia de lembrar as pessoas que ainda existe sim, o preconceito e que precisamos falar sobre o assunto. Além disso, é dia de lembrar o quanto a cultura afro é rica e de extrema importância.
Para marcar aqui no blog a data, resolvi falar um pouquinho sobre dois livros que tratam lindamente a questão da sociedade em relação aos negros, que trata sobre a resistência de um povo injustiçado, que fala sobre sonhos e liberdade.
A vida secreta das abelhas, da escritora Sue Monk Kidd, é uma linda história. Lily Owen é criada apenas pelo pai, desde a morte de sua mãe, e sua relação com ele não é nada boa. Quando completa 14 anos, em 1964, a adolescente foge das garras do pai, junto com a sua babá, Rosaleen, uma negra que não é bem tratada, mas pessoa por quem Lily, nutre imenso carinho.
Elas caminham juntas rumo a cidade de Tiburon. Cidade essa, que Lily acredita esconder segredos sobre a vida de sua mãe. Quando chegam lá, são acolhidas por uma família de três mulheres, três irmãs e com a ajuda delas, a jovenzinha tenta desvendar a história de sua mãe.
Nessa casa, Lily descobre um novo mundo. Aprende também sobre as injustiças raciais e uma garotinha determinada, não tem medo de estar ao lado dos negros, quando toda a classe branca não quer. Um história tocante.
"(...) por mais que tentasse não conseguia entender porque no mundo os pretos haviam se tornado os mais baixos na escala da vida. Bastava olhar para eles para ver como eram especiais, uma verdadeira realeza oculta entre nós..."
Outro livro da mesma autora, que também tem essa mesma temática, é A invenção das asas. Outra história comovente, que trata de sonhos e de lutas. Nessa trama acompanhamos a história de duas mulheres, em paralelo, por longos anos.
Quando a filha de um aristocrata, Sarah, completa 11 anos de idade, ela é presenteada com uma escrava, a Hetty. Mas ainda uma menina, Sarah já sente grande repudio por ser presenteada com uma pessoa e desde sempre já mostrava ter na mente ideias abolicionistas. Ao longo do livro, a autora nos traz ambas as lutas travadas por essas mulheres.
Em busca da liberdade ao povo negro, Sarah deixa a família junto com a irmã mais nova, Angelina e se tornam grandes abolicionistas, mas a luta é árdua e claro, pouco bem vista pela grande maioria das pessoas. Hetty, nesses anos sofre poucas e boas, nas mãos dos brancos e dos homens.
Nesse livro vemos lutas enormes, pelos negros e pelas mulheres. Uma narrativa por vezes triste, sim, mas que te faz refletir e descobrir que a luta segue nos dias de hoje. Mostra que não devemos esmorecer mediante as dificuldades impostas pela vida. Devemos lutar por todas nós, mulheres e por todo o povo negro.
“Mamãe, por favor, deixe... deixe-me devolver Hetty pra você.” Devolver Hetty. Como se ela fosse minha. Como se ter pessoas fosse tão natural quanto respirar. Apesar de toda a minha resistência em relação à escravidão, eu respirava aquele ar doente também."
"Ela estava presa como eu, mas presa por sua mente, pela mente das pessoas em volta dela, não sei. Na Igreja Africana, Sr. Vesey dizia:"Cuidado, você pode ser escravizado duas vezes, uma vez pelo corpo e uma vez pela mente". Tentei dizer isso para ela (Sarah). Falei "Meu corpo pode ser escravo, mas não minha mente."
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