Resenha | Fim de caso

Este livro foi meu primeiro contato com o autor e achei que me trouxe uma experiência peculiar, e descrobri que ele foi baseado na história real do próprio Graham Greene e sua amante. Ele é ambientado na Inglaterra, durante a Segunda Guerra. Conhecemos Maurice Bendrix, um escritor solitário, e ele nos proporciona o seu relato de ódio - ou amor - por Sarah, com quem manteve um caso durante anos. No momento eles estão separados, mas os sentimentos de Maurice nunca arrefeceram e quando ele encontra com Henry, marido de Sarah, eles ficam em polvorosa. 

Com um fluxo de consciência, vamos percebendo os sentimentos contraditórios desse homem e o quanto o ciúmes lhe cega. Sinto que eram sentimentos, em certa medida, meio doentios. Recomendaria uma dose de terapia, mas não só para o amante, mas como para os três protagonistas dessa história. Ao longo dela, temos revelações dos demais personagens e até lemos os sentimentos da própria Sarah, em uma das partes que nos traz o diário da personagem. 

Minha visão sobre a Sarah mudou ao longo da leitura. Quando a lemos pelo ponto de vista apenas de Maurice, ela soa uma mulher sem muitos escrúpulos, devassa. Mas basta lermos o seu diário, que nos dá a visão da própria sobre tudo que acontece, para isso mudar. Sarah tem faces ocultas e se mostra tão contraditória quanto Maurice em determinados pontos. Ainda vale comentar sobre o marido, Henry, que sinto um ser sem personalidade, ou pelo menos, foi assim que ele me soou. 

Não vou dizer que foi uma história que me cativou. Me gerou reflexões já que aborda assuntos para além da questão do adultério, como fé, religião, ciúmes... Foi uma leitura em alguns momentos confusa, incômoda. Ainda assim, foi uma leitura que fluiu sem problemas e ainda conseguiu me dar acontecimentos inesperados. 

Ainda não assisti, mas tem uma adaptação em filme com Julianne Moore e Ralph Fiennes, de 1999.

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