Resenha | A queda da casa morta

 T. Kingfisher | DarkSide Books

SINOPSE: Quando Alex Easton, soldade não-binárie aposentade, recebe uma carta do amigo Roderick Usher com a notícia de que sua irmã Madeline está morrendo, elu corre para a casa ancestral dos Usher, na remota região campestre de Ruritania. O que encontra é um verdadeiro pesadelo: Madeline, atormentada, perambula em ataques de sonambulismo e sussurra em vozes estranhas à noite, e Roderick está tomado por uma misteriosa doença dos nervos.

Além disso, a casa parece possuída por uma estranha maldição, que se manifesta em crescimento fúngico e vida selvagem descontrolada. Em choque com o estado emaciado e doente dos irmãos Usher, bem como com a sinistra decrepitude da mansão gótica em ruínas onde vivem, Easton procura investigar o que pode ter acontecido, enquanto luta para salvá-los.

MINHA OPINIÃO: li esse livro em dois dias. É uma história curta, mas também envolvente. Foi inspirado pelo conto de Edgar Allan Poe, 'A queda da casa de Usher', que inclusive também ganhou uma adaptação em série esse ano. E se assim como eu, você se pergunta se não ter lido o conto que o inspirou atrapalha a experiência, posso lhes dizer que não. Ainda não li nenhuma história do clássico Poe e mesmo assim, aproveitei bem essa história aqui. Me deixou, aliás, querendo conhecer a inspiração. Porém, creio eu, que ter lido o conto pode trazer uma experiência mais completa, claro. 

Mesmo sendo uma  história curta, a trama consegue levar ao leitor reviravoltas interessantes. Um cenário gótico, desolado e a forma narrada dessa ambientação conseguiu me fazer sentir essa atmosfera sinistra. 

Ainda que não seja uma trama longa, acho que a autora conseguiu dar personalidade aos personagens e acabei me cativando por todos eles em algum nível. E achei interessante o recurso de criar um local com um idioma onde a linguagem neutra acontece e isso contribuiu para que dentro da história soasse de forma bem natural, embora ache que a explicação disso no começo pudesse ter sido melhor distribuída ao longo da trama. 

Não fica claro em que período de tempo se passa a história, mas acredito que em algum ponto do passado, já que traz algumas críticas sociais e o machismo tem um nível bem acima do atual. Sobre as críticas sociais, gostei demais de como a autora trouxe elas, muitas vezes em um tom de humor ácido. E falando no assunto machismo não poderia deixar de comentar a personagem micologista (especialista me fungos) que traz ali as explicações mais científicas sobre os fungos e cogumelos, que achei bem interessante. 

Em suma, não é uma história inovadora, em muitas cenas previsível, mas que ao menos por aqui foi uma boa companhia. Me fez ter horas em um cenário bom e sinistro e comecei a achar que os fungos já estavam em mim também. Uma ótima pedida para leitura de final de semana.

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