Jack Peter é uma criança que sofre com a síndrome de Asperger e depois de alguns anos e desde um acidente em que quase perdeu a vida no mar, o garoto não sai mais de casa e seu tratamento em muito se complicou, já que o levar ao médico é um verdadeiro pesadelo.
Os pais tentam lidar da melhor maneira com isso, mas o temperamento um tanto descontrolado, por vezes de Jack, causa mal estar entre eles. A mãe tem muita dificuldade em lidar com o filho, por esse e por outros motivos, é ela que trabalha fora, enquanto o marido cuida de JP e faz rondas nas casas de vizinhos, já que muitas delas são desocupadas quando o verão se vai, como acontece nas cidades de litorais.
Mas um casal, amigos de longa data, tem um filho que é o único amigo que Jack Peter possui, apesar de muitas vezes o garoto também nutrir receio de sua companhia. Mas mesmo assim, é a única criança ainda disposta a ir e brincar apenas dentro de casa.
Ficha técnica
Autor: Keith Donohue
Ano: 2016
Editora: Darkside Books
Páginas: 256
O menino que desenhava monstros tem um título bem compatível com a história e logo isso fica bem evidente. Jack Peter é um personagem que nos dá uma contradição de sentimentos, porque o quanto a gente gosta dele, é o tanto que a gente passa a não gostar. Tive medo dele durante a leitura e isso torna o livro muito melhor. Uma criança com síndrome de Asperger, mas que podemos perceber que carrega muitos mistérios obscuros dentro de si.
Confesso que a leitura leva um certo tempinho para "entrar no tranco", demora-se até que acontecimentos mais ativos passem a acontecer, mas prossigam, pois é um bom livro. Enquanto o lia, me sentia em um filme de terror, daqueles estilo O chamado ou O grito. É uma verdadeira história de terror, que inclusive vai ter a sua adaptação cinematográfica. Mas além de terror, a trama foi escrita com suavidade, mostrando a família e a sua "luta" para se entender.
Não tenha tanta certeza sobre as coisas que não pode ver. A mente conjura o mistério, mas é o espírito que fornece a chave.
Algumas partes da trama e alguns personagens que surgem são meio deslocados, ao meu ver. Acreditava que eles eram bem importantes para o desenrolar da leitura, mas quando se chega ao final, percebe-se que eles estavam ali meio que pra encher linguiça e não vi sentido para eles. Eu consegui imaginar, mais ou menos, o que estaria me aguardando ao final da história, não que isso tenha atrapalhado, mas eu gosto muito de finais que me pegam de surpresa, ainda mais quando se trata de um livro de gênero mais pesado.
Na minha opinião, esse é um livro bem bom, mas não tão excelente quanto eu esperava que fosse, mas ainda assim, a leitura vale a pena e como eu sempre digo, cada leitor tem uma experiência com um livro. Muitas pessoas elogiaram demais esse livro pra mim e eu queria ter gostado mais, de verdade.
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