Ilha de Jeju, Coreia do Sul, em 1943. Uma família de mulheres Haenyeo, termo coreano para mulheres mergulhadoras de espírito forte e independente. Mas nessa época, até mesmo elas correm perigo estão seu país em domínio Japonês.
Hana está na água junto de sua mãe, quando avista um soldado japonês muito próximo de onde sua irmã, Emi, está sentada esperando. Emi ainda é muito pequena para o ofício do mar. Ainda é muito pequena pra cair em mãos de soldados. Hana faz o que entende como seu dever. Protege a irmã se mostrando para que o inimigo não a veja. Ela é levada embora de sua família e de seu próprio país.
Hana é feita uma mulher de consolo. Tem seu corpo usado de maneiras cruéis e avassaladoras pelos soldados. Hana sofre e faz o leitor sofrer. Mas sua história, mostra um pouco daquilo que aconteceu na realidade com milhares de meninas e mulheres e que infelizmente, a história não nos mostra muito.
Mary Lynn Bracht escreveu uma história que dói. Me doeu não apenas acompanhar o sofrimento de Hana, como também o sofrimento da irmã que permaneceu "a salvo". Duas linhas narrativas são usadas nessa história. Hana no seu martírio em 1943 e Emi em 2011, atrás do que possa ter acontecido com sua irmã.
Ambas as histórias me tocaram de uma maneira dolorosa. Não, esse livro não tem uma leitura fácil. Dói. Fere. Mas é marcante e emocionante de um jeito único. Valeu a leitura e nunca irei perder da memória Hana e Emi. Uma história de mulheres que sofreram, mas que tiveram força e resiliência.
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