[Resenha] O jardim das borboletas

Um jardim repleto de jovens marcadas com asas de borboletas. Pai e filho que as mantém como reféns de sua loucura. É nesse ambiente que acompanhamos 'O jardim das borboletas', um livro forte, cheio de loucura. 
Ficha técnica
Autora: Dot Hutchison
Editora: Planeta
Ano: 2017
Páginas: 304
A trama é narrada por Maya, umas das garotas raptadas que se encontravam no Jardim. Por meio das lembranças e dos relatos dela é que conhecemos a face mais obscura da humanidade. Mas Maya é enigmática, irônica e não teve uma vida fácil nem antes de ter sido vítima de toda brutalidade que ocorria no jardim. 
Mas, quando eu adormecesse, o pesadelo ainda estaria lá. Quando eu acordasse, o pesadelo ainda estaria lá. Todos os dias, durante três anos e meio, o pesadelo sempre, sempre estaria lá, e não havia conforto para isso. Mas, por algumas horas, eu podia fingir. Eu podia ser a menininha dos fósforos e jogar minhas ilusões contra a parede, perdida no calor até a luz diminuir e me levar de volta ao Jardim.
Não imaginava que a leitura desse livro seria tão forte e pesada como foi, mas esse é o ponto forte do livro, ele choca. O livro é bem focado na vida que as meninas levavam quando raptadas e em todo medo e como aquilo mexia com o psicológico delas. 

O livro não tem grandes partes de tanta tensão como costumamos ver nos thrillers, mas é carregado de uma tensão sutil. É uma trama bastante centrada nos sentimentos e na psicologia de seus personagens, como a personagem central que passou por todo absurdo do jardim de forma passível e sem deixar aquilo afetar a sua sanidade, por conta de seu passado já conturbado.

É uma forma de pragmatismo, acho eu. Pessoas carinhosas e amorosas que precisam desesperadamente da aprovação dos outros acabam sendo vítimas da síndrome de Estocolmo, já o resto de nós se rende ao pragmatismo. Por já ter vivenciado as duas possibilidades, sou a favor do pragmatismo.
Um ponto que gostei muito são os personagens. Além dos psicopatas e das jovens prisioneiras, cada uma com uma personalidade e uma maneira diferente de lidar com o sofrimento conjunto, temos ainda os investigadores, que precisam lidar com a descoberta do terrível jardim e seu jardineiro cruel. 

Me surpreendi mais do que imaginava que iria com esse livro. E apesar de esperar um final diferente pra trama, eu adorei a leitura. Advirto que pode ser uma leitura bem pesada pra quem não tem costume com livros do tipo. Há momentos e cenas angustiantes; Super recomendo a leitura desse maravilhoso livro. 
Algumas pessoas desabam e nunca mais levantam. Outras recolhem os próprios cacos e os colam com as partes afiadas viradas para fora.

NOTA: 5/5 🌟


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