Eliana Alves Cruz mais uma vez escreve uma história que não permite ao leitor sair ileso. Numa trama que fala sobre as desigualdades sociais e sobretudo, raciais, seja explícita ou implícita, acompanhamos os anos passando e as vicências de cada um dos personagens dessa família e de como eles lidam e escolhem seus caminhos.
A narrativa é dividida em um capítulo para cada personagem e a narração não tem uma lineariade fixa. Porém, o leitor tem um vislumbre de toda a vida de cada um dos que compõem esse lar, desde a infância, percorrendo a maturidade dos anos, as mudanças que vêm com eles e as consequências das escolhas que fizeram.
Me conectei com essa leitura de cara. Já comecei a ler sabendo que era bem provável que saísse amando e, assim foi. Eliana escreve vivências que podemos encontrar em tantas esquinas do nosso país. Esquinas de norte à sul. São questões familiares e sociais comuns, que podemos não ter vivido, mas reconhecemos como familiar.
Um drama familiar com as questõe sociais entrelaçadas nas relações. E talvez você vá gostar mais de um ou outro personagem, mas o certo é que conseguimos entender cada um deles e perceber que nenhuma das escolhas foi fácil em suas caminhadas. Consegui sentir empatia pelos pais e consegui empatizar com os irmãos e as dificuldades deles em se adaptar ou mesmo, com as escolhas que leveram aos caminhos mais fáceis para eles. Como julgar?
Um livro sobre vivências, sobre identidade, sobre família, sobre o social e o íntimo. Um livro forte, que faz sentir tanto em poucas páginas e que vale a pena, com certeza, ser lido.

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