Resenha | Véspera

Escrever sobre os livros de Carla Madeira sempre me é um desafio. Dificilmente consigo colocar em palavras tudo que ler os livros dela me proporciona. Uma escrita que sempre me encanta e me hipnotiza. Gosto da forma como ela entrelaça suas tramas com uma sensibilidade quase poética. Antes de começar a ler, já imaginava que iria gostar da experiência por anteriormente ter lido outros livros dela. 

A história de "Véspera" começa com o esgotamento de uma mãe. A maternidade, nota-se, a está exaurindo e quando o filho age de uma forma que a tira do eixo, ela age no impulso. Larga o menino de 5 anos numa calçada qualquer, mas assim que arranca com o carro, o arrependimeto já acontece, mas está numa via de mão única e o trânsito do horário de pico não permite parar. Ela segue adiante fazendo a volta na quadra, mas quando enfim chega ao local onde o largou, Augusto não está mais lá. E é a partir daí, que começamos a entender a história da mãe e de outros personagens... Tudo que envolveu Caim, Abel, Vedina e Veneza, culminou neste momento derradeiro. 

Madeira vai nos revelando os acontecimentos aos poucos. Conhecemos a história dos irmãos gêmeos, Caim e Abel. Como ganharam esses nomes polêmicos e como ao longo da vida se tornaram tão diferentes. Como a entrada das amigas Veneza e Vedina, mexeu ainda mais com a relação de irmandade entre eles.  

Numa narrativa que vai no presente e volta no passado, vamos desvendando os personagens, suas identidades, suas personalidades e suas tramas. Me envolvi desde o começo. Quis saber o que aconteceria com os irmãos e vi a tensão das situações aumentar. 

Mas não posso deixar de comentar que mesmo gostando da história, senti que quando chegou ao final faltou. A sensação que me deu foi a de falta. Queria mais desdobramentos. Alguns pontos ficam bem vagos e neste caso, foi algo que senti falta. A autora jogou um acontecimento enorme e foi embora. Fiquei com um triplex alugado dentro da minha cabeça ao concluir o livro. 

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