Resenha | A colmeia

Uma sociedade na qual as mulheres são separadas por categorias. Algumas delas servem para reprodução, outras para a produção. As que trabalham são as operárias... Elas usam apenas cinza, da cabeça aos pés, e seguem os comandos sem questionar. Seus cérebros já foram tomados pela lavagem cerebral do governo.

Mas talvez isso seja errado e no fundo, elas sintam, elas pensem e elas reflitam. Hillard é uma dessas e, junto com outras mulheres, preparam uma ação que tentará modificar a situação atual. Elas querem o poder sobre si mesmas, almejam um mundo mais igualitário.

Fazia muito tempo que eu não lia uma distopia e essa história, foi um ótimo reencontro com o gênero. Apesar de ter demorado um pouco a sacar a história e pegar um ritmo, ainda assim, a trama conseguiu me envolver por fim. O tipo de livro que não entrega as informações de mão beijada nos primeiros capítulos, mas vai levando o leitor a entendê-la gradualmente, assim como, aos personagens.

Apesar de ser anunciado como o percursor de "O conto da Aia", não o achei tão impactante quanto este, mas ainda assim, uma trama que faz refletir sobre para quem entregamos poder, em quais políticos acreditamos. A política é bastante presente durante a narrativa e até mesmo aborda as questões internas quando o poder é a moeda a ser conquistada.

Uma história de força feminina, de resistência e que mostra que podemos lutar com as armas que temos, desde que, usemos a nossa inteligência. O final me passou uma sensação de esperança. 

"A colmeia" é o único livro da ativista irlandesa, Margaret O' Donnell, que foi publicada nesta edição pela primeira vez no Brasil.

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