Mathilde queria se ver livre das garras da família, da irmã e do pai. Ela sonhava em ter liberdade e ingenuamente, ela pensou que o casamento com esse soldado marroquino lhe daria isso. Porém, assim que ela adentrou no mundo do marido, ela entendeu que a vida não seria fácil. Que essa escolha lhe traria consequências que ela nem imaginava.
Além das questões culturais do casal protagonista, o livro é sobre mulheres. Sobre o sonho de liberdade, mas sobre as garras do patriarcado que lhe apertavam as gargantas naquela época e claro, ainda hoje em se tratando do Marrocos. E também não deixa de mostrar como Mathilde se sente sendo uma estrangeira. O livro tem momentos de maior crítica social e, às vezes, sinto que a autora foi mais compassiva com isso, acho até mesmo que para mostrar como eram as atitudes e pensamentos dos personagens mesmo.
Os preconceitos ao casal, aos filhos "mestiços" também é algo bastante abordado. E ainda, sobretudo, pelo contexto histórico que se passa no momento em que o Marrocos grita pela independência francesa em que vivia. As questões políticas do período também são retratadas através da vivência desses personagens que acompanhamos.
Apesar do livro não ter me dado tanta emoção quanto eu suponha que iria, foi uma ótima leitura. Numa história que entrega personagens ímpares e cada qual com suas particularidades e dramas pessoais, não sendo apenas uma história sobre Mathilde ou Amine, mas sobre os que os rodeiam também.
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