A gravidez desperta sentimentos conflituosos em Eva. Mas é depois do nascimento do filho que tudo desmorona. O casamento e a relação familiar são postas a prova. Mas em quem acreditar nessa história?
Gostei que com Eva o esgotamento materno e da mulher é abordado. Sem romantização da maternidade nessa história. Acho um assunto importante de ser abordado e refletido. Vicente me enervou em muitos momentos com seus comentários e atitudes. E sobretudo, por saber que são comentários que muito se faz fora do contexto ficção.
Mas apesar disso, também desconfiei de Eva. Essa é aquele tipo de história que acabamos desconfiando de tudo e Eva não é uma narradora confiável. Situações começam a acontecer e o leitor não sabe se pode confiar ou não. E eu gosto disso, ainda mais nesse gênero.
Mas infelizmente, acho que o final poderia ter sido melhor desenvolvido. Parece que o Montes subestimou o seu leitor, sabe? Há acontecimentos sem explicações e que só fazem sentido para conveniência da trama. Muitos pontos ficaram soltos e não me convenceram. Acho que era uma trama que tinha potencial demais pra ser incrível, mas deixou a desejar. Acho que, às vezes, vale mais algo previsível e que faça sentido, do que chocar sem amarrar as situações e acabar parecendo um final forçado.
É inegável que a escrita do Raphael envolve, instiga. Ele sabe prender o leitor, mas acabou deixando falhas, na minha opinião.
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