20 de novembro, dia da Consciência Negra. Desde que o mês começou venho trazendo dicas de leituras relacionadas a essa data, e hoje, no dia exato, não poderia ser diferente.
Em O ódio que você semeia, de Angie Thomas, conhecemos Starr, uma jovem negra que sofre dilemas de identidade, já que estuda em uma escola predominantemente branca e mora em um bairro predominantemente negro. Starr e seus irmãos são ensinados desde sempre pelo pai a como se comportar diante de policiais: não faça movimentos bruscos, deixe sempre as mãos à mostra, só fale quando te perguntarem algo, seja obediente.
– Isso é a suposta arma – explica a Sra. Ofrah. – O policial Cruise alega que a viu na porta do carro e supôs que Khalil estava indo pegar. O cabo era grosso e preto o bastante para ele supor que era uma arma.– E Khalil era preto o bastante.
Quando ela e o melhor amigo são parados pela polícia, Starr automaticamente lembra das regras e as segue, esperando que Khalil faça o mesmo porque qual coisa "errada" pode ser fatal, e é. Starr vê seu amigo ser assassinado pela cor da sua pele. E a gente sabe que isso acontece na realidade. É um guarda-chuva confundido com arma, são 80 tiros por "engano".
A partir desse acontecimento, Starr vai precisar ser forte e encarar muitos desafios na busca pela justiça. Além do livro, indico também a adaptação, que tirou algumas partes de questões mais adolescentes que há no livro e que realmente, ao meu ver, não eram necessárias. A adaptação consegue passar a quem assisti a mesma mensagem que o livro.
Esse é o problema. Nós deixamos as pessoas dizerem coisas, e elas dizem tanto que se torna uma coisa natural para elas e normal para nós. Qual é o sentido de ter voz se você vai ficar em silêncio nos momentos que não deveria?
O ódio que você semeia é um livro de ficção, muito real. Precisamos ler, assistir e refletir sobre esse assunto. Entender que mesmo que isso não aconteça na sua realidade, ela acontece na realidade de muitos. Leiam e assistam!
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