[Resenha] Fahrenheit 451




Imagine uma sociedade impedida de ler e ter livros. Se alguém souber que você tem, escondido em casa e te denunciar, os bombeiros chegam em sua nova função e ateiam fogo neles. 

Montag é um dos bombeiros designados a destruir qualquer livro que encontre. Nessa nova sociedade, as pessoas deixaram os livros de lado por vontade própria, em troca de novas tecnologias e agora eles são totalmente banidos da vida de qualquer pessoa. 

Deve haver alguma coisa nos livros, coisas que não podemos imaginar, para levar uma mulher a ficar numa casa em chamas; tem de haver alguma coisa. Ninguém se mata assim a troco de nada.

Porém, mesmo nessa sociedade totalitária e que busca acabar com questionamentos possíveis que as pessoas possam ter, o bombeiro Guy Montag começa a se questionar sobre sua função e o porquê dos livros serem considerados tão grande ameaça. 

Mas é Clarisse, uma jovem, vizinha que conversa com Guy e mostra há ele que a falta de reconhecimento entre as pessoas, de sentimentos não é algo normal. Montag é casado e apesar de conviver com a esposa, eles não dividem nada entre si. 

Um livro é uma arma carregada na casa vizinha. Queime-o. Descarregue a arma.

Com a visão de Montag mudando, começamos a acompanhar a batalha dele contra si próprio e contra o sistema. Há todo momento me vi vivendo naquela sociedade que é, se pensarmos, tão próxima da que vivemos hoje. Quantas pessoas simplesmente ficam na televisão, nos eletrônicos, aceitando passivamente qualquer mensagem ali transmitida e sem questionar, não é?

O mundo criado por Bradbury é magnífico e assustador. E por ser um tema tão grandioso, fiquei com aquele gostinho de "quero mais" e pensando, talvez seja essa a intenção do autor ao deixar um final mais aberto, de nos impulsionar a ler mais, a nos instigar. Um clássico distópico que precisa ser lido, sobretudo no momento atual que vivemos. 

A superficialidade dos personagens, acredito, mostra bem como aquelas pessoas vivem. Apenas com o superficial, sem nada de profundo em suas vidas, sem suas relações e posso ver isso quando olho ao redor. Bradbury criou um mundo aos leitores cheio de nadas e repleto de significados.

E não espere ser salvo por uma coisa, uma pessoa, máquina ou biblioteca. Trate de agarrar a sua própria tábua e, se você se afogar, pelo menos morra sabendo que estava no rumo da costa.
Autor: Ray Bradbury
Editora: Biblioteca Azul
Ano: 2012
Páginas: 216


NOTA: 4 / 5 🌟


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