Anne Brontë, ao meu ver, dentre as três irmãs é a que menos destaque tem entre os leitores. Embora eu veja sim, comentarem sobre ela, ainda assim, acho que ela merece mais reconhecimento. Tive com ‘Agnes Grey’ a minha segunda experiência com a autora e mais uma vez, ela me cativou.
Anne escreveu seus livros em uma época que mulheres não deveriam o fazer, era tido como inapropriado e além de tudo, suas protagonistas eram jovens que lutavam pelo seu lugar ao sol e que na era Vitoriana, estavam a frente de seu tempo. Anne escreveu em Agnes e em Helen, de ‘A moradora de Wildfell Hall’, mulheres que buscavam o seu espaço, trabalhavam por seus desejos e corriam atrás de sua vida e não só dos maridos, como era o costume e o que se esperava de mulheres na época.
Além disso, ambos os livros dela carregam críticas sociais pertinentes da época. Questionavam as questões de classe, das classes trabalhadoras, dos hábitos, das morais. Anne merece reconhecimento e Agnes Grey está mais do que indicado por mim.
“Naquele período, o papel feminino para uma mulher aristocrata era o da procriadora, mãe de família – e às mulheres das classes menos abastadas, mas educadas com primor, como era o caso de Agnes, cabia o ofício de gestoras das casas aristocratas, como governantas tutoras dos filhos daquelas famílias (…)” (Agnes Grey - publicado pela primeira vez em 1850)
