Resenha | Virgínia mordida


Virgínia saiu de um relacionamento longo que foi esfriando. Vivendo a solteirice, ela vai passeando de furada em furada. Mas ela encontra Henrí e parece que encontrou o cara certo. Apesar de alguns avisos que recebe sobre o caráter meio duvidoso desse homem, ela arrisca já que com ela, ele age como um príncipe. 

Mas aos poucos Henrí começa a mostrar o seu verdadeiro eu. Uma piada ofensiva aqui, uma atitude possessiva ali e Virgínia, uma mulher tão forte e independente, se vê presa em uma relação totalmente tóxica e logo, abusiva. 

Esse é um livro cru. Que nos mostra uma relação inter-racial problemática. E cito a questão da relação inter-racial, pois esse homem, utiliza até mesmo disso para presumir e depois ser abusivo com essa mulher. Virgínia nota os sinais, mas é aquilo, ela se apega nos dias bons e de amor que eles têm. E sabemos que é exatamente assim, que muitas mulheres se veem presas em relações extremamente tóxicas. 

É angustiante acompanhar as pequenas atitudes de Henrí. Saber que logo vão se tornar mais pesadas, porque fica nítido para quem está de fora, que isso irá acontecer mais cedo ou mais tarde. Acho que esse é um livro que alerta sem dó. Até mesmo as mais independentes de nós, estamos sujeitas a enfrentar uma relação assim. 

Mas além desse tema, o livro traz assuntos como pertencimento, raízes, família e uma amizade encantadora, que mostra o quanto uma rede de apoio é importante. Também trata de preconceitos, racismo e questões acerca da maternidade. Com personagem com nanismo, casal LGBTQIA+ e protagonismo preto, esse livro é um prato cheio de temas importantes e reflexivos. 

O livro é curto, mas daqueles que deixam marcas em quem lê e é certo que me verão indicar ele mais vezes por aqui. Recomendo demais essa leitura. 

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