NÃO HÁ PALAVRAS QUE DESCREVAM BEM ESSA HISTÓRIA...
Fique comigo foi uma das melhores leituras que fiz esse ano. Mais uma história de cultura nigeriana que me toca profundamente. Aqui o foco está no relacionamento entre Yejide e Akin, um casal que apesar de viver num país que permite a poligamia, sempre concordaram que o marido se manteria com apenas ela como esposa, já que seu casamento foi realizado na base do amor.
Porém os anos passam e Yejide não engravida mesmo recorrendo a inúmeros médicos, chás, curandeiros e afins. As pressões por parte da família de seu marido começam a se tornar cada dia piores. E é quando uma segunda esposa é apresentada e imposta, que a narrativa se desenrola. Que preço essa mulher terá que pagar para salvar seu casamento, para ter o seu sonhado filho?
Esse livro aborda não só a maternidade compulsória tão forte nessa cultura, mas o machismo, a violência psicológica, o luto, a religião, o tradicional versos o contemporâneo. Com personagens muito bem desenvolvidos, mas tão falhos, como somos todos nós, que por vezes fica fácil detestá-los, também conseguimos compreender por todo contexto. Há também passagens que mostra as questões sociais e históricas vividas na época na Nigéria, o que é super interessante.
Os capítulos são alternados entre Yejide e Akin, e entre passado e o presente, nos proporcionando uma narrativa fluida e com perspectivas distintas e uma visão mais ampla dos acontecimentos. Um livro com uma história dolorida, que me fez sofrer, mas carregada de reflexões. Terminei a leitura emocionada e foi uma trama que me fez ficar um tempo após o término, refletindo.
Nesse 20 de novembro, dia da Consciência Negra, fica aqui a minha indicação de leitura que tem tanto a nos levar a refletir. E lembre de ler e falar sobre autores negros em todos os meses do ano.
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