Autora: Veera Hiranandani
Editora: Darkside
Ano: 2019
Páginas: 288
Quando Nisha completou seus 12 anos, ganhou de um grande amigo da família um diário. A menina que pouco usa da sua voz, viu nesse diário a sua chance de expressar os sentimentos, escrevendo à sua mãe, que morreu ao dar a luz, Nisha e seu irmão gêmeo, Amil.
Falar é assustador porque, quando as palavras são ditas, não podemos pegá-las de volta. Mas se você escreve as palavras e elas não ficam do jeito que você as quer, é possível apagá-las e começar de novo.
O ano é 1947 e a Partição da Índia começa a acontecer. Ao ganhar a independência da Inglaterra, a Índia acaba sendo dividade, muçulmanos e hindus não podem mais conviver. O país então, sofre com conflitos e nasce a Nova Índia e o Paquistão. A família de Nisha se vê obrigada a mudar pois já não se permitem mais os hindus naquele território.
Através dos relatos escritos no diário, pela Nisha, acompanhamos pela visão da menina, tudo que vai mudando ao seu redor. Além disso, claro, podemos acompanhar suas relações familiares, sua dificuldade em ter amigos e sua relação com o irmão gêmeo, que é bem diferente dela.
Penso em todo mundo que conheço e tento lembrar se cada pessoa é hindu, muçulmana ou sikh, e quem vai ter que ir embora e quem pode ficar.
O diário traz relatos de poucos meses e é incrível como as coisas mudaram e como isso afetou a vida de todo povo. Nisha não entende tanto do que está acontecendo.
Ela vai acabar presenciando situações que não vê sentido com sua mente ainda infantil. Mas sem nem perceber, essas situações vão fazendo com que cresça e tenha que enfrentar seus próprios medos.
Ela vai acabar presenciando situações que não vê sentido com sua mente ainda infantil. Mas sem nem perceber, essas situações vão fazendo com que cresça e tenha que enfrentar seus próprios medos.
O livro é todo narrado em forma de diário e tem uma escrita simples, que realmente nos passa a sensação de que uma criança escreveu. Os capítulos são curtos e fluem de forma extremamente fácil. É o tipo de leitura que em pouco tempo é concluída. Lemos e lemos e nem sentimos o tempo passar.
Amei a Nisha e também seu irmão, Amil. Adoro livros que trazem crianças porque elas tem uma visão tão inocente de tudo, que nos passa uma sensação boa. Esse livro termina nos deixando uma mensagem de esperança. É uma história que sensibiliza, que toca e que é muito pertinente nos dias atuais para que reflitamos sobre os dias atuais.
Temos um teto. Estamos vivos. Estamos seguros. Então como posso teclar? Como me atrevo a reclamar, quando tantos outros nem chegaram até aqui?
Sobre a edição, a Darkside simplesmente arrasou. Uma das mais lindas da minha estante. O cuidado que tiveram com essa história foi sensível, como a mensagem do livro.
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