Helena foi originalmente publicado no ano de 1876, em formato novelesco. Escrito pelo autor de maior notoriedade em nosso país, Machado de Assis, traz como protagonista uma filha bastarda que chega ao lar após a morte do pai, Conselheiro Vale.
Quando lido o testamento, a família – constituída da irmã e
do filho do Conselheiro – descobre que necessita acolher à sua casa e a dividir
a herança com uma filha, que até então ninguém sabia da existência. Com algum
receio por parte da tia e com o carinho receoso do irmão, Helena chega a
chácara e claro, causa certo rebuliço no local.
Aos poucos, entretanto, a jovem de apenas 19 anos começa a
derreter o coração da tia e de seu irmão, Estácio. Mas para além de um carinho
de irmãos, captamos que há alguns sentimentos que não deveria haver entre os
dois, mas que nenhum deles confessa nem a si próprio.
As dores alheias fazem lembrar as próprias, e são um corretivo da alegria, cujo excesso pode engendrar o orgulho.
Obviamente, os personagens começam a sofrer as angústias
desse amor proibido e incestuoso que nasceu e Helena faz de tudo para que o
casamento de seu irmão, que já cortejava uma moça antes de sua chegada, seja
apressado e aconteça. Porém, mais mistérios cercam essa jovem que adentrou a
esta nova família e isso irá causar problemas irreparáveis na vida de todos
eles.
Minha primeira leitura de um livro de Machado e posso dizer
que estou bem satisfeita por ter escolhido esta história para começar. A
temática polêmica foi o que me chamou a atenção. Apesar do livro não ter muitos
acontecimentos que lhe dê mais ações, foi uma leitura de todo agradável e ainda
teve um final que a mim, surpreendeu.
É um livro curto, porém a linguagem mais rebuscada deixa a
narrativa um tanto mais arrastada. Mesmo eu tendo forte problema com esse tipo
de escrita rebuscada, essa leitura aconteceu de forma fluída mesmo assim. Sobre
os personagens, nenhum deles me cativou fortemente. As ações e sentimentos de
todos eles me pareciam exagerados demais, mas isso se dá também pela época
retratada.
O poeta que disse que a saudade é um pungir delicioso, não consultou meu coração.
Um livro que fala muito dos costumes morais e sociais da época. Um retrato também, de como a sociedade era fútil e que não tinha nenhuma grande preocupação. Terminei a leitura contente, de enfim, ter conseguido
conhecer a escrita de Machado de Assis. Para quem assim como eu quer começar a
ler algum livro dele, esse me foi um bom começo. Um livro curto com uma história,
no geral, boa de conhecer.
Ficha técnica
Autor: Machado de Assis
Editora: L&PM
Ano: 1999
Páginas: 224
NOTA: 4,0 / 5 ⭐
2 Comentarios
AAAAAAAAAAAH que lindooooo! Eu AMO a obra de Machado de Assis, mas esse livro Helena eu ainda não tive a oportunidade de ler. Eu já li Contos Fluminenses, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, sendo o último o meu preferido dele.
ResponderExcluirSiiim, ele tem uma linguagem bem rebuscada, característica da época. Mas ele escreve tão bem que, mesmo assim, a leitura flui suavemente.
Um abração,
Andressa | Hospedaria de Palavras
Ah, Andressa... espero que eu consiga ler essas outras obras do Machado. A literatura do ensino médio me fez ter uma trava enorme com o autor e fiquei muito feliz de mesmo com a linguagem mais rebuscada, ter conseguido ler.
ExcluirObrigada pelo seu carinho e pela sua visita <3