[Resenha] Vulgo Grace

Grace Marks é acusada de participação em um assassinato no ano de 1843. O homem que seria o seu companheiro no crime, foi morto, após a condenação à pena de morte. Mas será que podemos desconfiar da culpa de Grace?

Ficha técnica
Autora: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Ano: 2017
Páginas: 496
Grace era uma jovem de 16 anos quando o destino a levou para trabalhar em uma casa como empregada. Lá, ela e James McDermott foram acusados pela morte de seu patrão e da governanta da casa. Ambos foram pegos após a fuga, em um quarto de hotel. 

Faz frio nesta cela. Não tenho nenhum xale, envolvo-me com meus próprios braços, por que quem mais haveria ali para me abraçar.

Quando o livro se inicia, acompanhamos o dr. Simon Jordan em busca de respostas com a prisioneira Grace. Ele busca descobrir o que há na mente dessa mulher. Ela tem um bom comportamento dentro da instituição onde está presa e por isso lhe é permitido que o doutor lhe faça visitas e tente descobrir mais sobre essa misteriosa dama. 

Simon dá início a uma série de entrevistas e Grace Marks parece se abrir para ele. Nestes relatos acompanhamos os acontecimentos que a levaram ao momento que sua vida teve a virada drástica e nos perguntamos a todo momento. Será Grace inocente que foi injustiçada ou ela é mesmo uma assassina fria que tenta enganar?

Quando você começa a sentir pena de si mesma é porque eles conseguiram fazê-la chegar ao ponto em que queriam.

O livro de Margaret Atwood é uma obra de ficção baseada em um crime real, em personagens reais e na obra podemos ler trechos verdadeiros tirados das confissões dos acusados, o que torna a obra muito mais rica e interessante. 

Li o livro de maneira lenta já que ele é um tanto denso. Algumas opiniões chegam a chamá-lo de massante, mas não foi o caso comigo. O livro precisa ser digerido aos poucos já que traz uma carga psicológica pesada. 

(...) e quando você é encontrada com um homem no quarto, você é culpada, não importa como ele tenha entrado.

Passei o livro inteiro tentando entender quem foi Grace Marks, mas não posso dizer que descobri muita coisa. A verdadeira Grace, após ser libertada depois de anos presa ninguém sabe a que fim levou. O rastro dela foi perdido e se ela apenas foi viver lindamente ou se ela foi revelar a sua possível natureza assassina, ninguém sabe. 

No livro, a autora dá um final a nossa misteriosa Grace e gostei de como as coisas caminharam. É interessante ressaltar também que além de contar sobre essa história, a autora traz durante a narrativa assuntos como o machismo, o aborto, a situação da época e isso também é um enriquecimento ótimo da obra. É um livro que eu recomendo bastante. 

Se todos nós fôssemos julgados por nossos pensamentos, seríamos todos enforcados.

NOTA: 4,5/5 🌟

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